Porque casar é fácil, mas ficar casado é que são elas?

"O sucesso e o amor preferem o corajoso." (Ovídio)

Leitores de meu Brasil varonil, bom dia!

Sobre relacionamentos, honestamente, não tenho muita propriedade para falar: tive poucos duradouros (só dois), meia dúzia de amores de verão e só.

Filha de pais casados, estressados, brigados, difíceis, mas unidos. No estilo "se um mata, o outro pica e enterra". Conto com uma infância e adolescência relativamente normais, logo, tenho pouco portifólio prático pra entender as mazelas do mundo conjugal. Mas eu adooooro observar. E ouvir. Sim, sou tagarela, mas sou mulher! Mulheres conseguem falar, ouvir E observar tuuuudo e tooodos ao mesmo tempo!

E foi ouvindo histórias em comum de convivência marital, junto com a parca experiência que adquiri, que formei a opinião de que, hoje, continuar casado está mais difícil em grande parte, porque temos muito mais medo.

Pra quem não sabe, o medo é uma reação obtida a partir do contato com algum estímulo físico ou mental (interpretação, imaginação, crença) que gera uma resposta de alerta no organismo. Esta reação inicial dispara uma resposta fisiológica no organismo que libera hormônios do estresse (adrenalina, cortisol) preparando o indivíduo para lutar, ou para fugir. (Fonte: wikibola)

Infelizmente, muitos casais tem crises sérias, que muitas vezes levam à separação, por puro medo:

• Medo de perder a individualidade, esquecendo que o esposo precisa ser primeiro indivíduo, para depois ser marido/esposa;

• Medo de ficar pra trás porque de repente atingiu a meia idade e estar comprometido e ser amado ganha alcunha de ser careta e amarrado, principalmente nas piadas dos "amigos" de plantão.

• Medo de perder a liberdade, esquecendo que somos todos livres para amar, não prisioneiros do amor;

• Medo de perder a jovialidade, esquecendo que o amor em comum traz leveza ao coração, e nada mais jovem que isso;

• Medo de ser abandonado, quando na realidade o companheiro que sai porta afora hoje está apenas efetivando um processo começado tempos antes, pela distância das almas;

• Medo de que o par não aceite a mudança de carreira, esquecendo que o amor nasce e se nutre da admiração mútua. E haja coragem para mudar!

• Medo de não ser amado por estar desempregado, quando para construir admiração não é importante o posto que se ocupa numa empresa, mas como se reage às adversidades impostas pela vida.

• Teme-se o abandono pela perda do poder aquisitivo, mas é sabido que o amor também mora na casa do salário mínimo;

• Há também o medo das reações que o outro possa ter com as mudanças corpóreas que não o façam hoje, se sentir bonito/a, esquecendo que o amor nasce, e cresce, por razões que NADA tem a ver com o tamanho da buzanfa dela ou da barriga dele, ou vice-versa;

Com tanto medo no ar, muitos casamentos não aguentam o tranco simplesmente, e acabam por desfazer-se. Triste realidade.

Pérae: antes que o jorro de comentários aconteça, essa blogueira que vos fala não é contra o divórcio, muito-pelo-contrário. Nada mais triste do que desperdiçar uma vida de possibilidades infindas com um relacionamento que só faz mal à alma da pessoa. Sou corporativa nesse aspecto, acredito no "case devagar, separe rápido!" O que sou fortemente contra é o viver pelos medos! 

Decidir, algo tão importante como a SUA VIDA , apenas em função de quaisquer medos deveria ser, no mínimo ilegal, poxa vida!

O medo é um importante alerta para nós, não um oráculo! Muitas pessoas que conheço e tomaram decisões importantes baseadas unicamente em medo, se arrependeram, muito e amargamente. Nem sempre voltaram atrás, uns por falta de coragem de reconhecer o erro na decisão, outros pela oportunidade perdida. Afinal, o mundo não pára enquanto a gente decide a nossa vida não é mesmo?

Para o finalle por favor, lembrem-se: coragem não é a ausência do medo, mas ação, apesar do medo. Desejo todas as manhãs, quando acordo, ter coragem para defender minhas crenças no amor e na família. Hoje termino esse post com o mesmo desejo de coragem, para mim e para o mundo! Que tenhamos todos coragem de enfrentar as consequências de nossas escolhas, e com essa coragem trilhar o caminho de nossa vida, tanto individual quanto comum.

Afinal, "A um coração valente nada é impossível." (Jaques Coeur)

Beijos e até o próximo post

LSF